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Shatavari (Asparagus racemosus) é uma planta nativa da Índia Tropical que ganhou fama no mundo todo por ser uma das ervas mais utilizadas para a saúde feminina.

Mencionada pela primeira vez no Rg Veda, um dos textos sagrados do hinduísmo e que remonta há mais de 3 mil anos, essa planta foi agraciada com o pseudônimo de “rainha das ervas”, por ser efetiva no tratamento de inúmeras doenças.

Parte de uma das formulações mais conhecidas do Ayurveda, o cyavanaprasha, o shatavari também é conhecido como “a curadora de 100 doenças” e um dos 67 mahaushadhis (grandes remédios) dentro da literatura de rasashastra.

Com tão importante apresentação, o que será que o Asparagus racemosus guarda de propriedades medicinais?

Vem comigo que eu vou te contar.

O que é shatavari?

Shatavari (Asparagus racemosus) é uma planta herbácea nativa da Índia e também encontrada em outras partes da Ásia, África e Austrália.

Ela nasce em solos rochosos e desenvolve longas raízes, de até 1 metro de comprimento. São essas raízes que utilizamos como medicamento.

Crescendo até 2 metros de altura, o shatavari é conhecido por suas inúmeras propriedades medicinais, mencionadas nos textos clássicos do Ayurveda.

O shatavari também é conhecido como “planta dos cem maridos” ou “curadora das cem doenças”, devido à multiplicidade de usos que ele tem na Medicina Ayurveda, especialmente quando se relaciona com questões de saúde feminina.

Vale lembrar que o Asparagus racemosus é uma espécie diferente do Asparagus officinalis, que é o aspargo que conhecemos por aqui no Brasil. Nesse sentido, as propriedades medicinais de cada um podem ser bastante diferentes.

Quais são os benefícios do shatavari?

Um dos principais benefícios do shatavari é na saúde feminina, pois ele é um potente regulador hormonal e antioxidante, auxiliando na regulação do ciclo menstrual.

Além disso, podemos usá-lo para reduzir cólicas e melhorar a saúde do sistema geniturinário feminino de modo geral. Nesse sentido, o shatavari é benéfico em casos de infecções urinárias, candidíase, cistite e outros desequilíbrios relacionados.

Seu efeito regulador de estrogênio atua diretamente no controle da endometriose, uma doença que afeta mais de 200 milhões de mulheres em todo o mundo. Além disso, auxilia no controle dos sintomas da menopausa.

O shatavari também é um importante fortalecedor do sistema imunológico, sendo benéfico para vários desequilíbrios que envolvem este sistema, em especial as doenças autoimunes que envolvem o sistema nervoso, como artrite reumatóide e esclerose múltipla, dentre outras.

Sendo um poderoso anti-inflamatório, ele também contribui para a redução da inflamação no corpo e em casos de infecções do sistema respiratório.

Nesse caso, o mahashatavari seria o mais indicado, pois tem propriedades que apaziguam os três doshas. E, no caso das questões respiratórias, normalmente há envolvimento de kapha dosha.

No sistema digestivo, ele atua no aumento do agni (fogo digestivo), na melhoria da absorção de nutrientes e na cicatrização de úlceras estomacais. Ele também pode ser um excelente aliado em casos de diarreia.

Outro uso bastante comum do shatavari é nos tratamentos de fertilidade, já que ele fortalece os tecidos reprodutivos e contribui para saúde sexual.

Mulheres que estão amamentando também podem usar o Asparagus racemosus para aumentar a lactação.

Estudos também indicam os benefícios do shatavari para questões como depressão, ansiedade e estresse, devido à sua função neuroprotetora.

Como você pode ver, o Asparagus racemosus realmente oferece inúmeros benefícios, especialmente para as mulheres.

Mas quais propriedades ele tem para que isso tudo aconteça no seu corpo?

Quais são as propriedades do shatavari no Ayurveda?

De acordo com o Bhavaprakash Nighantu, o Asparagus racemosus é frio em potência, tem sabor doce e picante e é de difícil digestão.

Ele é rejuvenescedor, aumenta a inteligência, melhora a digestão, é bom para os olhos e cura tumores abdominais e diarreia.

Além disso, tem a capacidade de pacificar vata e pitta dosha, além de rakta (sangue), quando este está desequilibrado.

O Asparagus racemosus também possui propriedades antioxidantes, antidiabéticas e cardioprotetoras. Estudos também indicam atividade anti-hepatotóxica, antibacteriana e antiprotozoária.

Outra variedade de shatavari, o mahashatavari, auxilia na produção de sêmen e leite materno, dá força, cura hidropsia, hemorroidas e doenças do duodeno. Além disso, é bom para o coração e afrodisíaco.

O melhor de tudo? Ele apazigua os três doshas — vata, pitta e kapha. Diferentemente do shatavari, o mahashatavari é fácil de digerir.

Como usar o Asparagus racemosus no seu dia a dia?

Existem diversas maneiras de incluir o shatavari no seu dia a dia: cápsulas, pó, chás e tinturas, por exemplo.

Uma das formulações mais tradicionais é o ghee medicado com shatavari ou então o óleo medicado com shatavari. Ambos são excelentes para tratar os desequilíbrios de pitta e vata dosha, respectivamente.

Outras formulações importantes que contêm o shatavari são brahma rasayana, shatavari guda, shatavari kalpa e shastika guda, dentre muitas outras.

Contraindicações do Asparagus racemosus

Embora seja uma erva com inúmeras propriedades medicinais, o shatavari nem sempre é indicado.

Mulheres com alto nível de estrogênio ou doenças associadas ao estrogênio, como endometriose, podem sofrer efeitos colaterais. Por isso, é importante que, antes de consumir o shatavari, você consulte uma terapeuta ayurveda para fazer o acompanhamento adequado.

Espero que este artigo tenha te ajudado a saber mais sobre o shatavari e suas propriedades curativas.

Caso você tenha interesse em se aprofundar nas ervas ayurvédicas, te convido a conhecer também a punarnava.

Um abraço e até o próximo artigo!

Eve.

Évelim Wroblewski

Évelim Wroblewski é terapeuta ayurveda especializada em ginecologia ayurveda (striroga) pelo Instituto Adhipati e Sankarakripa Arogya Nikethanam, terapeuta da ginecologia natural pela escola Curandeiras de Si, e possui Formação em Medicina e Herbolaria Tradicional Andina pelo Instituto de Arte, Cultura, Ciência e Tecnologia Indígena de Santiago em parceria com a Escola de Medicina Andina.

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