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Kapikacchu (Mucuna pruriens) é uma planta originária do Sul da China e Leste da Índia, também conhecida como mucuna preta, café beirão e pó de mico, aqui no Brasil.

Outro nome bastante comum dado à Mucuna pruriens é feijão-veludo-mágico, devido à textura aveludada de suas vagens.

Essa planta vem sendo extensamente pesquisada por ser fonte natural de L-dopa, um precursor direto do neurotransmissor dopamina, substância encontrada em baixos níveis em doenças como o Parkinson. Mas suas propriedades medicinais vão muito além disso.

Neste artigo, você vai conhecer os benefícios da Mucuna pruriens em detalhes. Continua comigo?

Qual é a origem da Mucuna pruriens?

Alguns autores defendem que a Mucuna pruriens é originária da Índia e China, enquanto outros mencionam seu local de origem como a África e até mesmo a América Tropical. Por isso, não podemos saber com exatidão de onde ela se originou.

No Brasil, encontramos a mucuna com mais facilidade nos estados do Norte, como Rondônia e Pará. Isso se deve ao fato de que ela é uma planta que se desenvolve bem em locais quentes e com bastante umidade.

No México e Guatemala, costuma-se usar as sementes de mucuna torradas e moídas como substituto do café.

Por estar presente em diversos países do mundo, podemos encontrar a Mucuna pruriens sob diversos nomes, como você vê na sequência.

Nomes populares da Mucuna pruriens

Brasil: café-de-mato-grosso; fava-café; fava-coceira; feijão-café; feijão-inglês; mucunã; nescau; nescafé; olhos-de-burrico; olhos-de-burro; pica-pica; pó-de-mico.

Guatemala: nescafé; mule bean; quenk mula.

México: nescafé

Andes: pica-pica; dólico; chiporro.

Índia: kapikacchu; atmagupta; vrshya; markati; ajada; kandura; vyanga; pravrshayani; langali; shukashimbi.

Mucuna pruriens: benefícios extraordinários para a saúde

O uso de plantas para a manutenção da saúde é uma atividade milenar em todos os lugares do mundo.

Porém, o Ayurveda se destaca por ter registrado o uso dessas plantas ao longo de milênios, além de suas propriedades medicinais. Por isso, costumamos relacionar a Mucuna pruriens a este sistema de medicina. Contudo, ela está presente na medicina tradicional de inúmeros países.

De acordo com estudos, um dos principais benefícios do café beirão (kapikacchu) está relacionado ao tratamento de doenças neurológicas, devido à sua atuação direta no sistema nervoso. Nesse sentido, essa planta vem sendo foco de inúmeros estudos relacionados à doença de Parkinson.

Essa propriedade da mucuna também auxilia no tratamento de ansiedade e estresse, além de contribuir para o tratamento de artrite.

Ela também tem um papel muito importante nos tratamentos de fertilidade, especialmente a masculina. Logo, é considerada afrodisíaca.

Na Ginecologia Ayurveda, usamos a decocção de mucuna no tratamento de amenorreia (ausência de menstruação) e as sementes como estimulante da libido. Além disso, ela é uma importante fortalecedora do sistema urogenital e estimulante da ovulação.

E por falar em nutrição, a Mucuna pruriens também é uma planta altamente nutritiva. Ela apresenta alta concentração de proteínas, o que a torna uma excelente aliada nas terapias de nutrição, chamadas de brmhana, no Ayurveda.

Também podemos usar kapikacchu no fortalecimento do sistema imunológico e no tratamento de doenças hemorrágicas.

Além disso, em algumas localidades da Índia, a pasta feita com os feijões de mucuna são usadas no tratamento de picada de escorpião e o pó das sementes no tratamento de picadas de cobras.

Mucuna verde

Propriedades da mucuna

De acordo com o Bhavaprakash Nighantu, o kapikacchu é um excelente afrodisíaco, doce e amarga no sabor e aumenta a força. Difícil de digerir, a mucuna apazigua vata, kapha e pitta dosha, além do rakta, que é o tecido sanguíneo.

Estudos modernos indicam, ainda, que o kapikacchu é um poderoso antioxidante e possui propriedades antiepilépticas, antineoplásicas e antimicrobianas.

A Mucuna pruriens também tem ações antidiabética, neuroprotetora, analgésica e anti-inflamatória.

Além de tudo isso, ela também possui alta concentração de proteínas, podendo ser utilizada como alimento.

Alguns autores citam, ainda, que a Mucuna pruriens pode ser usada no tratamento de asma, diarreia, edema, disúria, insanidade, caxumba, pleurite, sífilis e vermes.

A infusão das folhas de mucuna pode ser usada em banhos de assento ou tinturas-mãe para o tratamento de hemorróidas e como vermífugo. Já o extrato aquoso das folhas pode ser empregado como anticoagulante.

Cozida no leite, a mucuna se torna uma grande aliada dos homens, pois aumenta os níveis de testosterona no organismo, estimulando a ereção e a potência sexual.

E no caso das mulheres, podemos utilizá-las no tratamento de leucorreia e hemorragias menstruais.

Efeitos colaterais da Mucuna pruriens

Apesar de todos os benefícios, a Mucuna pruriens também apresenta algumas contraindicações.

Se usada em excesso, ela pode gerar constipação e queimação. O contato físico com a penugem da vagem causa coceira, por isso o nome popular pó-de-mico.

Usadas de forma incorreta, as sementes podem se tornar alucinógenas e até mesmo tóxicas para o organismo.

Espero que você tenha gostado de conhecer melhor as propriedades e benefícios do kapikacchu e, caso queira ir além nas suas investigações sobre as propriedades medicinais das plantas, te convido a conhecer também a Punarnava (Boerhavia diffusa).

Um abraço e a gente se vê no próximo artigo!

Eve.

Referências:

BHAVAMISRA. Bhavaprakash Nighantu. Trad.: K. R. Srikantha Murthy. Chowkambha Krishnadas Academy. Varanasi: 2021.

LAMPARIELLO, L. R. et. al. The magic velvet bean of Mucuna pruriens. Acessado em: 09/09/2023. Disponível em: https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3942911/

RIOS, M. N. S.; PASTORE JR., F. (org). Plantas da Amazônia: 450 espécies de uso geral. Brasília: Universidade de Brasília, Biblioteca Central, 2011.

Évelim Wroblewski

Évelim Wroblewski é terapeuta ayurveda especializada em ginecologia ayurveda (striroga) pelo Instituto Adhipati e Sankarakripa Arogya Nikethanam, terapeuta da ginecologia natural pela escola Curandeiras de Si, e possui Formação em Medicina e Herbolaria Tradicional Andina pelo Instituto de Arte, Cultura, Ciência e Tecnologia Indígena de Santiago em parceria com a Escola de Medicina Andina.

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