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Se você, assim como eu, teve a oportunidade de conviver com a sua avó, provavelmente já ouviu falar da Phyllanthus niruri, mais conhecida como quebra-pedra.

O que talvez você não saiba é que essa planta é originária da Amazônia, sendo considerada uma espécie invasora em outros biomas brasileiros.

E, talvez o mais curioso de tudo, seja que o quebra-pedra já era utilizado na Medicina Ayurveda há milhares de anos, assim como na Medicina Tradicional Andina.

Continue a leitura e saiba tudo sobre essa erva!

Bhumyamalaki: Phyllantus niruri no Ayurveda

No Ayurveda, a Phyllanthus niruri é mais conhecida como bhumyamalaki. Mas existem outros sinônimos para essa planta, como shiva, tamalaki, bahupatra, bahuphala, bahuvirya, bhudhatri e ajata, dentre outros.

É interessante notar que um dos sinônimos de bhumyamalaki é vrshya (fértil, viril) e outro é himalaya (assim como as montanhas). Ela também é chamada de vishaghni, ou seja, pode ser usada em casos de envenenamento.

No Bhavaprakash Nighantu, a bhumyamalaki faz parte do Guduchi Varga e tem as seguintes propriedades: aumenta vata dosha, é picante, adstringente e doce no sabor e fria em potência. Ela cura sede, tosse, doenças do sangue, coceira e vermes, além de mitigar kapha dosha.

Já no Raj Nighantu, encontramos que bhudhatri tem amla rasa (sabor azedo), alivia pitta dosha e pode ser usada em distúrbios urinários, como prameha. Ela também alivia cólicas renais e controla a sensação de queimação.

Essa erva também é bastante utilizada em casos de fluxo menstrual intenso, auxiliando no equilíbrio de pitta dosha, cistite, gonorreia e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

Segundo estudos, o Phyllanthus niruri vem sendo utilizado na medicina Ayurveda para tratamento de doenças respiratórias, como bronquite e asma, anemia, doenças de pele e distúrbios hepáticos, além do uso tradicional em problemas renais.

Investigações recentes também indicam que o quebra-pedra seja eficaz no tratamento de hepatite B, carcinoma hepático, cálculos renais e até HIV.

Dentre as ações farmacológicas do quebra-pedra, estão a ação anti-inflamatória, antioxidante, antilipídica e inibidora do vírus HIV. Além disso, essa planta tão comum e, muitas vezes, esquecida por nós, tem ação anticancerígena, imunomoduladora e antidiabética.

Quebra-pedra: Phyllantus niruri na Medicina Tradicional Brasileira

Muitas vezes tratada como erva-daninha, a quebra-pedra é tradicionalmente usada para evitar o surgimento de pedras nos rins e também como protetora do fígado.

Outros nomes pelos quais você pode conhecer essa erva são: pimpinela branca, arranca-pedras, conami e fura-parede.

Por ter efeito analgésico, ela é usada em crises de cólicas renais, promovendo o relaxamento das vias urinárias. Por essa razão, ela também é usada como diurética, ajudando a eliminar sais e ácido úrico do organismo.

Outro benefício da quebra-pedra é a redução da glicose no sangue. Portanto, ela pode ser indicada em casos de diabetes.

Mas atenção: o chá de quebra-pedra é contraindicado para gestantes, pois tem efeito abortivo. Além disso, se consumido em excesso, pode provocar diarreia e problemas no fígado. Por isso, é sempre importante consultar um profissional qualificado antes de usar essa erva, combinado?

Em guarani-kaiowá, a quebra-pedra é conhecida como hogue veve e é indicada para dores na coluna e infecções na mulher (aqui entendo que seja um uso ginecológico, já que no Ayurveda também há menção a tratamentos ginecológicos com bhumyamalaki).

Chanca-piedra: Phyllantus niruri na Medicina Tradicional Andina

Na Medicina Tradicional Andina, a Phyllanthus niruri é conhecida como chanca piedra que, em tradução para o português seria quebra-pedra.

O uso tradicional desta planta remonta à época dos incas, que a usavam para tratar febre, infecções e doenças renais e hepáticas.

Nesse sistema de medicina tradicional, a chanca piedra é usada para casos de purificação do sangue, inflamação no fígado, bexiga e vesícula. 

Ela também é considerada benéfica para reduzir a pressão arterial e o colesterol, além de ser antibacteriana.

No tratamento para icterícia, as raízes de chanca piedra são cozidas em água por cerca de 5 minutos e o paciente toma essa infusão juntamente com as refeições.

Como usar a quebra-pedra

A quebra-pedra é uma planta bastante usada na medicina popular e não apresenta toxicidade significativa. Nesse sentido, você pode ter um pé de quebra-pedra em casa ou mesmo encontrar as folhas desidratadas em casas de produtos naturais.

O chá de quebra-pedra pode ser consumido da seguinte maneira: 3g de erva seca para 150ml de água. Caso você tenha acesso às folhas in natura, pode usar 10g de folhas para 150ml de água.

Aqueça a água até o ponto de fervura e despeje sobre as folhas secas, deixando a infusão por cerca de 5 a 10 minutos. Em seguida, beba o chá.

No caso das folhas in natura, você pode macerar as folhas com um pilão para que as propriedades medicinais da planta fiquem mais evidentes. Neste caso, macere as folhas, despeje a água quente em cima, deixe a infusão por 5 a 10 minutos, e beba em seguida.

Além da tradicional infusão — chá de quebra-pedra — também é possível fazer uma pasta com as folhas, usando-a em problemas de pele, por exemplo. Já as raízes de bhumyamalaki podem ser transformadas em colírio e usadas em casos de conjuntivite.

Gostou de saber mais sobre a quebra-pedra (Phyllanthus niruri)? Aproveite e conheça outras ervas que você pode aproveitar para ter mais saúde de forma simples e natural!

Évelim Wroblewski

Évelim Wroblewski é terapeuta ayurveda especializada em ginecologia ayurveda (striroga) pelo Instituto Adhipati e Sankarakripa Arogya Nikethanam, terapeuta da ginecologia natural pela escola Curandeiras de Si, e possui Formação em Medicina e Herbolaria Tradicional Andina pelo Instituto de Arte, Cultura, Ciência e Tecnologia Indígena de Santiago em parceria com a Escola de Medicina Andina.

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