Guaco (Mikania glomerata) é uma planta nativa do Brasil, encontrada especialmente em regiões da Mata Atlântica.
Com propriedades medicinais incríveis, especialmente quando falamos em tratamento de doenças respiratórias, como tosse, gripe, resfriado, asma e bronquite, o guaco faz parte das plantas medicinais de interesse ao SUS, especialmente no combate à covid-19.
Continue a leitura e conheça melhor todos os benefícios e propriedades do guaco, essa planta que já era usada pelas nossas avós e que, ainda hoje, ocupa lugar de destaque na medicina tradicional latinoamericana!
A origem do guaco
Também conhecida como erva de bruxa ou erva-de-cobra, a Mikania glomerata é uma planta usada há séculos pelos povos originários da América do Sul no tratamento de picadas de cobras (daí o nome da planta, erva-de-cobra ou erva-de-serpente).
Ela costuma nascer naturalmente próximo a rios e locais com maior umidade, no entanto, é perfeitamente possível ter o seu pé de guaco no quintal de casa.
Quais são os benefícios e propriedades do guaco para a saúde?
O guaco é usado no combate a doenças respiratórias, como gripes, resfriados, tosse, asma e bronquite.
Ele atua como broncodilatador, por isso, é um excelente expectorante natural. Além disso, é antipirético, combatendo a febre decorrente dos estados gripais.
Pode ser usado como diurético e digestivo, mas essas não são suas ações principais.
Estudos também indicam que o guaco possui ação anti-inflamatória, analgésica e antibactericida, podendo auxiliar em casos de inflamação ou infecção de garganta, também características dos estados gripais.
Com isso em mente, podemos imaginar que ele seja uma excelente planta para tratar doenças como kāsa, pīnasa e śvasa, que são listadas como doenças respiratórias no Ayurveda, assim como jvara, que é equiparada à febre.
Além disso, o guaco possui propriedades antiofídicas, combatendo o envenenamento por picada de cobra. Neste caso, segundo a tradição dos povos originários brasileiros, faz-se um cataplasma com as folhas da planta e aplica-se sobre o local da picada.
O guaco pode, ainda, ser usado no combate a úlceras e alergias, além de ser um excelente repelente de insetos, por seu cheiro característico.
Para quem o guaco é contraindicado?
Pessoas com problemas hepáticos ou doenças respiratórias crônicas não identificadas devem evitar o uso do guaco e procurar por auxílio médico para um tratamento adequado.
Esta planta também é desaconselhada para grávidas e lactantes pela falta de estudos sobre os possíveis impactos da erva na gestação e lactação.
Estudos também indicam que o uso prolongado da Mikania glomerata pode afetar a coagulação sanguínea. Portanto, se você já tem dificuldades de coagulação ou vai passar por algum tipo de cirurgia, o ideal é não consumir a erva.
Como consumir o guaco e aproveitar seus benefícios?
A indicação da Fiocruz para o consumo de guaco é fazer uma infusão de 3 gramas de folhas da planta para 150 ml de água, tomando 3 xícaras de chá ao dia.
Outra possibilidade é fazer uma tintura-mãe de guaco e pingar 30 gotas de tintura em um copo de água, tomando de 2 a 3 vezes ao dia.
Você também pode fazer um xarope de guaco — receitinha da minha avó.
Receita de xarope de guaco
Macere umas 6 folhas da erva e ferva-as em 300 ml de água com açúcar, até reduzir a água pela metade. A consistência fica mais grossa, como um xarope mesmo. Esse xarope pode ser consumido de 2 a 3 vezes ao dia, até que os sintomas de gripe tenham sumido.
O guaco tem efeito sudorífico, ou seja, faz você suar — e muito! Portanto, o ideal é que você não se exponha ao vento ou frio logo após tomar um chá ou xarope. Também evite tomar banho após tomar o chá, xarope ou tintura.
Quando era pequena, a indicação era uma só: tome o chá e vá para a cama direto. Você vai experimentar um verdadeiro svedana (terapia de suor) embaixo dos cobertores, mas no dia seguinte, amanhece outra pessoa (experiência própria hehehe).
Espero que tenha gostado de saber mais sobre o guaco, essa erva que faz parte da Mata Atlântica e que nos conecta aos saberes ancestrais dos nossos povos originários.
A gente se vê no próximo artigo.
Com amor,
Évelim.
